O PLANAPP publica dois policy briefs sobre regeneração do solo e governação da água, no âmbito da iniciativa Mesas Redondas. Os documentos resultam do projeto Solo e Água 2030, financiado pelo PLANAPP e desenvolvido em parceria com o Laboratório Associado CHANGE – Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade. O objetivo: antecipar estratégias para mitigar e adaptar os impactos das alterações climáticas nos recursos solo e água.
Solo: Regenerar para Sustentar
Coordenado pela Professora Teresa Pinto Correia (Universidade de Évora), a nota informativa sobre Solo propõe medidas para regenerar os solos agrícolas e agroflorestais, com aplicação piloto no Alentejo Central. Destacam-se como principais recomendações: o reforço da literacia do solo, a criação de sistemas de monitorização e a revisão de instrumentos de política pública, alinhando-se com a futura Lei Europeia de Monitorização dos Solos.
Este documento oferece uma visão estratégica para garantir a saúde dos solos, elemento-chave na resiliência dos sistemas agroalimentares e na adaptação às alterações climáticas.
Água: Reformar para Responder
O policy brief sobre Água, coordenado pelo Professor Rui Ferreira dos Santos (Universidade Nova de Lisboa), propõe uma reforma estrutural da governação da água em Portugal. As principais recomendações apontam para a criação de uma Autoridade Nacional da Água, o reforço das Administrações de Região Hidrográfica e a modernização dos sistemas de monitorização e a revisão do regime económico-financeiro dos recursos hídricos.
O documento defende um modelo mais eficiente, justo e resiliente, capaz de responder aos desafios crescentes da escassez hídrica e da gestão integrada dos recursos.
A iniciativa Mesas Redondas promove o debate participativo sobre grandes desafios contemporâneos. As duas notas informativas agora publicados antecipam estratégias integradoras para a gestão sustentável dos recursos solo e água, propondo medidas concretas e replicáveis para políticas públicas ambientais num contexto de emergência climática.
O projeto adotou metodologias de trabalho co-criativo e seguiu uma abordagem participativa, envolvendo especialistas, decisores políticos, cientistas, representantes da sociedade civil e do setor privado, e poderá ser replicado noutros contextos de políticas públicas.
Mais do que diagnósticos, os policy briefs apresentam recomendações de politica pública concretas e fundamentadas para transformar a gestão dos recursos naturais num contexto de emergência climática.
