Realizou-se no passado dia 2 de julho o terceiro workshop do Ciclo de Seminários “A Prospetiva na Administração Pública Portuguesa”, na Biblioteca do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança, em Lisboa. Organizado pela Equipa Multissetorial de Prospetiva da REPLAN, o workshop resultou da colaboração entre o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI/Ministério das Finanças), o Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE/Ministério da Economia) e o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP/Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social).
O seu principal objetivo foi aprofundar a reflexão e o debate sobre os desafios e as oportunidades do contexto geopolítico na estratégia económica da UE e de Portugal, assim como sobre os desafios e as oportunidades no mercado de trabalho em Portugal. Este evento insere-se no âmbito do trabalho colaborativo em curso para a elaboração do “Relatório sobre Megatendências com Impacto em Portugal” até ao final de 2024 (veja a brochura introdutória).
O primeiro painel foi dedicado ao tema “Os desafios e as oportunidades do contexto geopolítico na estratégia económica da UE e de Portugal: A importância da autonomia estratégica e (re)industrialização”. Cristina Casalinho (Fundação Calouste Gulbenkian) assinalou a dinâmica económica de Portugal na última década, destacando o turismo, exportações e investimentos. No entanto, apontou desafios como o envelhecimento populacional e as alterações climáticas. Joana Silva (Universidade Católica) enfatizou a importância de Portugal se inserir em cadeias de valor de alta tecnologia, enquanto Rui Almeida Sampaio alertou para a necessidade de autonomia estratégica europeia em parceria com os Estados Unidos da América, especialmente em face das mudanças na ordem internacional e alargamento da UE para leste.
O segundo painel centrou-se no tema “Os desafios e as oportunidades no mercado de trabalho em Portugal: do combate às desigualdades às novas dinâmicas económicas e sociais”. Marta Candeias (Nova FCT) identificou a aceleração tecnológica como uma megatendência fundamental, sublinhando o impacto na qualificação profissional e ética tecnológica. Pedro Góis (FEUC) discutiu a transformação social impulsionada pelas migrações, enquanto Sara Falcão Casaca (ISEG) abordou a centralidade do cuidado e a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho. Susana Peralta (Nova SBE) finalizou com uma reflexão sobre as diversas megatendências, destacando a importância de repensar a economia face às alterações climáticas e demográficas. Ressaltou ainda os desafios da urbanização e a necessidade de infraestruturas modernas.
O workshop encerrou destacando a importância de políticas públicas adaptativas para enfrentar os desafios futuros e maximizar as oportunidades, tendo como horizonte um Portugal mais resiliente e competitivo no cenário global.