Retrato dos profissionais do SNS
O PLANAPP disponibiliza um retrato ilustrado e animado dos trabalhadores do SNS por género, idade, setor produtivo e região (de Portugal continental). A partir da análise dos dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), foi possível traçar o perfil típico dos vários grupos profissionais do SNS e compreender a evolução registada nos últimos anos. Saiba mais sobre este projeto aqui.
perfil dos profissionais do sns
Selecione o grupo profissional
Nota: Dados excluem os Profissionais afetos aos Serviços Centrais considerando apenas o SNS prestador de cuidados (Cuidados de Saúde Primários e Cuidados de Saúde Hospitalares). No estudo “Os Profissionais do SNS: Retrato e Evolução”, a análise aos perfis tipo por grupo profissional inclui os Serviços Centrais.
A figura apresenta o perfil elaborado com base nas caraterísticas mais frequentes dos Recursos Humanos do SNS (prestador), nos anos de 2017 e 2023. Com pequenas variações, o perfil profissional predominante em 2023 mantém-se o de uma mulher, enfermeira, com nacionalidade portuguesa, que trabalha nos cuidados hospitalares, está afeta à Área Regional de Saúde (ARS) do Norte, e tem entre 35 e 44 anos.
Número de profissionais
Número total de profissionais de saúde aumentou
nos últimos anos
Crescimento desacelerou nos anos mais recentes
Em número e ETC
O número total de profissionais do SNS aumentou nos últimos anos, a uma taxa anual média de 3,2%, dando sinais de estabilização a partir de 2021. O aumento verifica-se em número absoluto mas também usando a métrica Equivalente a Tempo Completo (ETC), que permite converter o número total de profissionais num número (teórico) de profissionais a tempo completo. Daqui em diante, sempre que se falar em número de profissionais estará a usar-se a métrica de ETC, na medida em que garante uma maior aproximação à realidade em termos de tempo de trabalho efetivamente prestado no SNS.
Crescimento em todas as regiões, mas não de forma homogénea. Mais acentuado no Norte
Taxa de crescimento médio anual entre 2017-2023
O crescimento do número de profissionais de saúde no SNS é comum a todas as regiões, mas com intensidades diferentes. Destaca-se o aumento registado no Norte, única região onde o peso relativo aumenta. Alentejo e Centro têm as menores subidas.
Profissionais por regiões
Evolução por ARS com base na métrica ETC
Crescimento verificou-se em todos os grupos profissionais, mas de forma desigual
Compare o número de profissionais, selecione no máximo 4 grupos por comparação.
O aumento do número de profissionais é comum a todos os grupos profissionais. É mais acentuado no caso dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, Técnicos Superiores e Médicos Especialistas (embora com ritmos muito distintos entre especialidades médicas - ver estudo ou dashboard).
Densidade Populacional
A densidade de profissionais do SNS aumentou em todas as regiões
Houve um crescimento generalizado da densidade de recursos humanos do SNS por mil habitantes (‰) até 2020. A partir daí a tendência (excluindo os serviços centrais) é de estabilização e, no caso do Alentejo, de ligeira descida. A densidade varia muito, com a região Centro a apresentar os dados mais favoráveis e Lisboa e Vale do Tejo os menos favoráveis. A região Norte é aquela onde o crescimento da densidade de profissionais do SNS face à população foi maior.
Grande heterogeneidade na densidade de RH:
Centro apresenta maior densidade, Norte o maior crescimento e Lisboa a pior evolução.
Densidade de RH é maior nos Cuidados de Saúde Hospitalares do que nos Cuidados de Saúde Primários
Profissionais do SNS por mil habitantes (‰)
Cuidados de Saúde Primários (CSP)
1,6%Cuidados de Saúde Hospitalares (CSH)
3,23%SNS (inclui CSP, CSH e Serviços Centrais)
2,83%2017-2022
Evolução detalhada por setor e região
Profissionais do SNS por mil habitantes (‰)
ARS NORTE
1,9%ARS CENTRO
0,82%ARS LVT
1,47%ARS ALENTEJO
ARS ALGARVE
3,84%A densidade de recursos humanos de saúde é bastante maior nos Cuidados de Saúde Hospitalares do que nos Cuidados de Saúde Primários. A tendência é de crescimento em ambos os casos, e em todas as regiões, mas verifica-se um agravamento das disparidades regionais. Ao nível dos Cuidados de Saúde Hospitalares, é na ARS Centro que se observa a maior densidade de profissionais, enquanto a região mais desfavorecida é o Algarve. Quanto aos Cuidados de Saúde Primários, a região do Alentejo é a mais bem posicionada e a de Lisboa e Vale do Tejo a que apresenta os piores resultados (menor densidade de profissionais do SNS face à população).
Evolução detalhada – Médicos e Enfermeiros
Profissionais do SNS por mil habitantes (‰)
MÉDICOS ESPECIALISTAS
ENFERMEIROS
Na análise por grupos profissionais ao nível regional, constata-se que as regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve apresentam a menor densidade de Médicos Especialistas face à população. No que diz respeito a Enfermeiros, Lisboa e Algarve voltam a surgir na pior posição e Centro e Norte destacam-se pela positiva.
Estrutura etária
Profissionais do SNS têm vindo a envelhecer
Evolução dos profissionais do SNS por faixa etária em percentagem do total
Menos de 35 anos
35 a 44 anos
45 a 54 anos
55 a 64 anos
65 ou mais anos
A idade média dos profissionais do SNS tem vindo a aumentar. Os profissionais com mais de 45 anos crescem de cerca de 45%, em 2017, para 50%, em 2023, ano em que aqueles que têm mais de 55 anos já representam um quinto da força de trabalho. Para além do grupo dos Médicos Internos, os grupos profissionais com maior peso de grupos etários mais jovens, são o dos Enfermeiros e dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, ainda que nestes dois grupos, a percentagem de profissionais com menos de 35 anos esteja em declínio. Os grupos profissionais mais envelhecidos são os dos Médicos Especialistas, Farmacêuticos e Assistentes Operacionais.
Idade por grupo profissional
Valores em percentagem
Menos de 35 anos
35 a 44 anos
45 a 54 anos
55 a 64 anos
65 ou mais anos
Distribuição por género
Género dos profissionais do SNS
Força de trabalho no SNS é predominantemente feminina: Os dados evidenciam um claro predomínio das mulheres em todos os grupos profissionais. Em 2023, em cada 100 profissionais, apenas 22 são homens. É no grupo dos médicos especialistas que a proporção de mulheres é menor, ainda assim de 65%. De notar que essa preponderância não se reflete linearmente nas lideranças - ver “Trabalho, Liderança e Género no SNS”.
A taxa de feminização é sempre superior a 60% em qualquer grupo profissional e, se excluirmos os Médicos (Internos e Especialistas), é sempre superior a 75%, nos vários anos em análise, para os restantes grupos profissionais enumerados. No global, a taxa é de 78%.
O grupo profissional com a maior taxa de feminização é o dos Farmacêuticos, ao passo que o que apresenta a menor taxa de feminização é o dos Médicos Especialistas. Todavia, como o grupo dos Médicos Internos apresenta uma maior percentagem de mulheres do que o dos especialistas, a tendência a prazo é para o aumento da taxa de feminização dos Médicos Especialistas, aliás já evidenciada entre 2017 e 2023.
Sexo dos profissionais por grupo
Globalmente, a taxa de feminização mantém-se estável na generalidade dos grupos profissionais, exceto precisamente no grupo dos Médicos Especialistas, em que se verifica um crescimento da proporção de mulheres (cerca de 5 pp, entre 2017 e 2023).
Infografia e desenvolvimento de José Alves e Francisco Lopes em colaboração com o PLANAPP