Processo orientado para o futuro, realizado de modo sistemático, participativo, através da recolha e análise de informações e da construção de visões de médio e longo prazo, para informar o processo de tomada de decisão, nomeadamente de decisões estratégicas. No fundamental, a prospetiva visa esclarecer a ação presente em termos dos futuros possíveis e desejáveis, assentando na construção e exploração de diferentes cenários.
Na prospetiva destacam-se três correntes, que possuem características distintas.
A escola francesa, ou La Prospective, foi fundada em meados da década de 1960 por Bertrand de Jouvenel e tem Michel Godet como o seu principal continuador. Esta escola coloca ênfase na prospetiva qualitativa e normativa, usando o planeamento de cenários, a análise morfológica e a exploração do horizonte. Considera que os valores e a ação humana desempenham um papel central na definição do futuro, incentivando a reflexão sobre o modo como os seres humanos podem influenciar o futuro e não apenas prevê-lo.
O planeamento por cenários foi desenvolvido nos Estados Unidos da América, no fim da década de 1960, e tem como principais proponentes Herman Khan (Rand Corporation) e Peter Schwartz (Shell). Utiliza os cenários como ferramenta para explorar o modo como determinados fatores podem ter impacto nos desenvolvimentos futuros. Incentiva a reflexão em termos de incerteza e de volatilidade, centrando-se na gestão da incerteza e na melhoria da resiliência estratégica, em vez de procurar prever resultados específicos.
A prospetiva participativa centra-se no envolvimento de diversas partes interessadas, para garantir um pensamento sobre o futuro que seja inclusivo e representativo. Nesta corrente, são usadas técnicas sobretudo participativas, com o propósito de alargar e democratizar a reflexão sobre o futuro, integrando perspetivas de diferentes grupos sociais. Promove a ideia de que a prospetiva não deve ser uma atividade de elite e que a pluralidade de vozes é crucial para a cocriação de futuros mais inclusivos e justos.