Arrancou neste mês de fevereiro o primeiro estudo nacional sobre os fatores de satisfação de médicos e enfermeiros em Portugal, abrangendo os setores público e privado, além de analisar os fatores de retenção/abandono do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Este trabalho resulta de uma parceria entre o Centro de Competências de Planeamento, Políticas e Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP) e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-UNL), que dirige o Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Políticas e Planeamento da Força de Trabalho em Saúde. O projeto insere-se no conjunto de atividades de apoio e articulação do PlanAPP com o Ministério da Saúde, previstas no Despacho n.º 7985/2023, de 3 de agosto, com vista à qualificação das políticas de gestão e planeamento estratégico de Recursos Humanos da Saúde (RHS).
O lançamento do estudo foi assinalado hoje, 8 de fevereiro, com um encontro nas instalações do PlanAPP, contando com a participação de representantes da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Enfermeiros, da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, e ainda do Ministério da Saúde, visando garantir o envolvimento e a participação destes stakeholders na construção dos instrumentos de avaliação, e na metodologia dos trabalhos, desde o seu início.
Como principais objetivos do estudo, destacam-se a capacitação da Administração Pública na área da saúde, para apoiar a definição e a implementação de políticas públicas relacionadas com a motivação e satisfação dos profissionais de saúde e, especialmente no SNS, dirigidas à capacidade de atração e retenção de profissionais de saúde. Os trabalhos visam também informar um processo de policy dialogue nacional, com apoio da OMS.
O projeto envolverá a conceção de instrumentos de inquirição, a sua aplicação e análise dos resultados sobre a realidade destes grupos profissionais, médicos e enfermeiros, no que se prende com a sua satisfação profissional em Portugal, e a atratividade do SNS a este nível. De modo a assegurar a robustez do processo, em particular a sua capacidade de apoiar o debate público e informar a tomada de decisão, a construção dos instrumentos de inquirição, a divulgação e a discussão dos resultados envolverá ativamente as partes interessadas.